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Casas ecologicamente corretas. Sustentabilidade chega aos imóveis.

Assumir os gastos de uma residência inclui o fato de se acostumar com cobranças mensais como a conta de luz e de água. As taxas de manutenção provenientes de serviços públicos não são poucas, acompanhando o proprietário da casa durante toda a sua vida.

Em meio a essas cobranças, é possível que alguns se perguntem sobre como não depender da prestação de serviços externos, arrumando um modo de produzir a sua própria energia. A resposta para este questionamento, para surpresa de muitos, é sim, existe uma possibilidade.

Construções responsáveis por seu próprio abastecimento de energia são chamadas de casas sustentáveis, uma opção que tem se tornado cada vez mais popular no Brasil e no exterior.

Conceitos como a energia verde, proveniente de recursos naturais, passam a fazer parte do cotidiano de quem opta por viver em uma casa sustentável. A mudança, porém, vai muito além do projeto da construção, exigindo, principalmente, a conscientização dos moradores.

Confira o artigo a seguir e saiba mais sobre como fazer do seu imóvel uma casa sustentável e aderir a esse novo e ecologicamente correto estilo de vida.

Energia solar e energia eólica

O primeiro detalhe a se preocupar é como se desvincular da companhia de energia elétrica. A solução está em investir em fontes naturais e renováveis, nesse caso, o sol e o vento.

A retenção da energia solar pode ser alcançada através dos chamados painéis solares fotovoltaicos (FV), instalados no telhado ou próximos à residência. Esses painéis, por sua vez, são capazes de captar a luz solar e, através de um processo próprio, transformá-la em energia para ser utilizada pelos moradores da casa.

De modo similar, a energia eólica é coletada por meio de uma turbina, semelhante a uma hélice de avião. A turbina, no entanto, deve ser instalada no topo de uma torre entre 15 m e 40 m de altura. O vento, portanto, faz as palhetas da turbina girarem, resultando em uma energia captada por um gerador interno. Logo, a energia produzida pela rotação é transformada em eletricidade e transmitida ao restante da casa.

As duas opções podem ser utilizadas em conjunto e, até mesmo, funcionarem ao lado do abastecimento elétrico fornecido pela companhia. A alternativa, nesse caso, é indicada para quem prefere não romper os laços com a companhia externa, mas ainda assim, deseja reduzir o valor de suas contas.

Energia eólica: investir em fontes naturais e renováveis de energia é um dos segredos da casa sustentável | Via: Flickr.

Sistema de água e esgoto

Além de contar com o próprio abastecimento de energia proveniente do sol e do vento, é possível não depender mais de serviços públicos de água e esgoto. Para isso, é necessário fazer, por exemplo, um poço privado a fim de obter água de lençóis freáticos e bombeá-la para toda a moradia.

Para isso, contudo, há uma série de regulamentações que devem ser respeitadas para assegurar a qualidade da água consumida, a começar pelo modo correto da instalação, profundidade do poço e local da escavação.

Outra opção é a coleta da água da chuva por meio de uma cisterna, funcionando como uma espécie de tanque para estocagem. Aqui, as calhas também podem ser utilizadas para ajudar na canalização da água – vale ressaltar, porém, que o uso de cisterna é indicado apenas para regiões com alto índice de chuvas. Além disso, a opção não é aconselhada para cidades com muita poluição.

Já em relação ao serviço público de esgoto, a alternativa é a instalação de um tanque séptico, responsável por coletar e liberar a água suja. Seu funcionamento conta com o auxílio de bactérias para diluir impurezas e do próprio solo para absorver nutrientes, como um filtro biológico.

Após instalado, o tanque séptico deve passar por manutenções regulares, normalmente, uma vez por ano e realizadas por profissionais especializados.

Aquecedor natural

Muito indicado para casas sustentáveis, o mecanismo de aquecimento natural da temperatura pode ser obtido através de aquecedores a gás ou solares. Para evitar contratempos como, por exemplo, períodos de chuvas quando não será possível garantir o abastecimento de toda a casa, a dica é investir em um gerador reserva.

O gerador reserva pode depender do uso de propano, gás natural, gasolina ou ainda, biodiesel, assegurando o abastecimento de energia da casa sustentável em situações, realmente, necessárias.

Outro método de armazenar calor é o superisolamento. Nesse caso, técnicas como construções herméticas e camadas adicionais de espuma isolante devem ser utilizadas na residência, a fim de reter a temperatura.

Para manter o calor e ventilação de toda a casa, é possível investir também em recursos simples, mas eficientes. Entre eles, pintura escura nas paredes externas, uso de lareiras, toldos para facilitar sombreamentos e janelas em locais estratégicos.

Estilo de vida

Finalizados os trabalhos em busca de fontes naturais de energia, é preciso considerar pontos importantes antes de se mudar para a sua casa sustentável. Optar por esse modo de construção exige muito mais do que reformas e obras previamente planejadas, mas sim uma verdadeira transformação de estilo de vida.

Viver em uma casa sustentável e depender da chamada energia verde requer também uma nova postura em relação ao consumo, meio ambiente e muitos outros fatores.

O primeiro passo é estar consciente de que, mesmo com energia solar e eólica, é preciso reduzir o consumo de eletricidade. Para isso, portanto, será necessário controlar o uso de aparelhos domésticos, ficar atento aos horários de pico, desligar produtos da tomada e, verificar a qualidade do aparelho na hora da compra.

O consumo da água e de outros recursos como até mesmo os alimentos também deve ser consciente. Isso porque a escolha de um novo modelo de vida abre caminho para novos comportamentos, como a adoção da reciclagem, por exemplo.

O lixo, de embalagens a resíduos orgânicos, deverá ser coletado, dividido e encaminhado para centros especializados, como comunidades de catadores ou centros de coleta. Dessa forma, os moradores garantem que não apenas a casa esteja nos moldes de uma construção sustentável, mas sim, todo o seu estilo de vida.